Nos últimos anos, conforme o empresário Nuno Coelho, a classe média alta brasileira tem buscado novas formas de investimento, e a compra de imóveis em Portugal surge como uma alternativa atraente. Muitos estão optando por adquirir casas e apartamentos com a intenção de alugá-los, visando retornos financeiros que variam de 5% a 8% ao ano. Este rendimento, conhecido como yield, é calculado a partir do valor do aluguel em relação ao custo de aquisição do imóvel, e tem se mostrado especialmente promissor em cidades como Lisboa e Porto.
Lisboa, em particular, tem chamado a atenção dos investidores brasileiros, ressalta Nuno Coelho. De acordo com uma pesquisa recente, a capital portuguesa é a quinta cidade da Europa com o maior retorno médio de aluguel, alcançando 5,65%. Este cenário favorável tem atraído cada vez mais brasileiros, que veem em Portugal uma oportunidade de diversificação de investimentos, especialmente em um ambiente econômico incerto no Brasil.
Patrícia Lemos, fundadora da imobiliária online “Vou Mudar para Portugal”, destaca o crescente interesse por imóveis para investimento. Para atender a essa demanda, ela planejou três eventos no Brasil — dois em São Paulo e um no Rio de Janeiro — com o intuito de apresentar oportunidades de negócios em Portugal. “Estamos falando de uma rentabilidade muito boa e em moeda forte”, afirma Patrícia, ressaltando a segurança que os investidores buscam ao diversificar seus ativos.
Menos burocracia, mais interesses
Outro fator que tem contribuído para o aumento de interesse no mercado imobiliário português é a redução da burocracia na transferência de recursos do Brasil para Portugal. Patrícia Lemos observa que quanto menos complicações houver, maior será o apelo para os investidores. De acordo com o conselheiro Nuno Coelho, essa facilidade se alinha com a crescente valorização dos imóveis, o que torna o investimento ainda mais atrativo.
A perspectiva para o mercado imobiliário em Portugal é otimista, segundo Patrícia. Ela acredita que o crescimento deve continuar, especialmente nas regiões do Norte do país e em Lisboa, onde o espaço para novas construções é limitado. “É uma questão de oferta e demanda, e os investidores bem informados sabem disso”, destaca, apontando que a valorização dos imóveis está intrinsecamente ligada à crescente demanda por aluguéis.
Além disso, Patrícia enfatiza as condições vantajosas oferecidas pelas construtoras em Portugal, que geralmente exigem apenas 10% de entrada, com o restante pago na entrega das chaves. Esse modelo permite que os investidores comecem a ver a valorização do imóvel desde a compra, aumentando seu potencial de retorno ao longo do tempo.
O interesse internacional
Nuno Coelho, diretor da incorporadora Overseas, observa que não apenas brasileiros, mas também investidores portugueses e norte-americanos estão reconhecendo as oportunidades no mercado imobiliário português. Ele menciona que 70% das unidades de um novo empreendimento em Lisboa já foram vendidas antes mesmo do lançamento oficial. Isso demonstra a confiança no potencial de valorização e retorno dos imóveis na região.
Por fim, Tiago Prandi, CEO da Conexão Europa Imóveis, ressalta os incentivos do governo português para jovens até 35 anos, que podem economizar até 14,6 mil euros com isenções fiscais. Essa iniciativa pode aquecer ainda mais o mercado, atraindo novos compradores e potencializando os rendimentos de aluguel. Cecília Zon, presidente da Incorporadora Invite, confirma que mais da metade do seu recente empreendimento já foi vendida, com os brasileiros liderando as aquisições.